As heranças da diáspora africana na música, na culinária e na religiosidade são pontos de partida e objetos de investigação de “Territórios Negros“, nova série original da Têm Dendê Produções, com previsão de lançamento no primeiro semestre de 2024, no canal Prime Box Brazil, e que encerrou as gravações na semana passada. O projeto apresenta ainda espaços sagrados e herdados, como as feiras.

A cada episódio, a série vai reunir duas histórias que buscam recuperar a memória dos territórios visitados, promovendo diálogos entre o passado, o presente e o futuro da ancestralidade africana plantada na Bahia. Carine Fiúza é a diretora de episódios da produção.

A cantora Nara Couto e a performer Sued Hosaná são as convidadas para imergir nessa experiência de conexão e resgate de símbolos do continente africano, que guardam parte significativa da narrativa cultural brasileira. Duas mulheres negras que estão no processo de investigação e descobertas dos territórios e das heranças afro-brasileiras presentes na Bahia.

A diretora destaca que a série aborda os pilares que sustentam a vivência negra no Brasil: a riqueza, a força, a beleza, a espiritualidade e o ritmo que o corpo preto carrega onde quer que vá. “Para tanto, não poderíamos começar por outro tema que não as Yas, mães, mulheres de grande poder“, diz.

Além das Yas, o “Projeto Irmãos no Couro” está presente em um dos episódios, destacando a importância da defesa da ancestralidade e a transmissão do conhecimento para as gerações futuras. O projeto foi criado em 2017 com o objetivo de manter e salvaguardar os ritmos sagrados preservando o conhecimento ancestral. 

“Territórios Negros” conta com a consultoria do doutor em administração e professor da Universidade Federal da Bahia, André Luís Nascimento dos Santos, pesquisador dos campos dos direitos humanos, da gestão social e da salvaguarda do patrimônio cultural afro brasileiro e seus lugares de memória, poder e redes de solidariedade. A obra é financiada com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) da Ancine e tem direção de Vânia Lima e Carine Fiuza, produção executiva de Keyti Souza e roteiros de Monica Santana.

A série Rota das Emoções se despede das aventuras pelo litoral nordestino neste sábado (17), quando vai ao ar o último episódio desta temporada nas emissoras que compõem o SBT Nordeste. Com produção assinada pela Têm Dendê Produções e Movioca Casa de Conteúdo, a família Liberato encerra sua viagem construindo lembranças, descobrindo lugares e, no roteiro da despedida, realiza a última visita à Lagoa do Paraíso, que fica no município de Jijoca. Acredita-se que, na Idade Média, as noivas iam a pé até a igreja e durante o caminho eram presenteadas com flores.

A rota turística apresentada na série possui uma extensão total de 900 km em um trecho que cobre 14 cidades litorâneas em três estados brasileiros – Piauí, Ceará e Maranhão. Ao longo de 16 episódios, o programa apresentou as aventuras, alegrias e descobertas da família Liberato em uma jornada pela trilha que dá nome ao projeto. Além de embarcarem nos esportes aquáticos, aéreos e terrestres, a cada episódio os Liberato foram acompanhados por outra família que os recepcionam nos destinos, partilhando tradições e costumes nordestinos. “É uma série sobre encontros, sobre família, sobre aventura e turismo e no meio de tudo isso temos os Liberato vivendo aventuras e experiências que só são possíveis na Rota das Emoções”, definiu Vânia Lima, diretora geral da série.

As gravações foram realizadas com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, da Ancine. “Rota das Emoções” tem roteiros de Ailly Cavalcante, Apoena Serrat, Carla Maria, Daniel Arcades, Suzana Aguiar e Victor Voegel, direção de Vânia Lima, Amadeu Alban, Caio Coutinho e Joana Tassinari e produção executiva de Amadeu Alban, Bruno Ramos e Keyti Souza.

Sócia-diretora da Têm Dendê Produções, empresa baiana com sede em Salvador, Vânia Lima vai integrar o júri técnico da 24ª edição do Festival de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA), que acontece entre 13 e 18 de junho em Goiás. O convite veio da organização do festival a partir da atuação de Vânia junto ao Conexão Audiovisual Centro-Oeste, Norte e Nordeste (CONNE) e o interesse dela pelo cinema produzido na região: “Nos últimos anos tenho me dedicado a acompanhar mais de perto essa cena e o FICA era um dos eventos que tinha como desejo de participar pelo recorte na sustentabilidade e no meio ambiente, também foco da Têm Dendê em suas abordagens de conteúdo”, conta Vânia.

O festival de cinema ambiental vai abordar a temática “Cerrado e Amazônia: Dois Territórios, Um só Futuro”, com o objetivo de abrir reflexões e debates sobre a relação entre ser humano e natureza. “O Fica ocupa uma grande lacuna e é um farol importante para compreendermos o papel político e social do audiovisual no Brasil. Pensar em filmes que trazem essa temática e também construir projetos que sejam sustentáveis do ponto de vista dos impactos da própria produção é um caminho importante para que as gerações de novos produtores possam criar processos humanizados e verdes”, defende a diretora, que pôs na pauta da viagem ao FICA a atenção aos novos talentos e a imersão com realizadores do Centro-Oeste do país.